Você que acompanha o nosso blog sabe que costumamos apresentar um conteúdo mais específico sobre arquitetura, proporcionando dicas, soluções e desvendando curiosidades do meio. Porém, hoje abrimos espaço para falar um pouquinho de uma exposição inédita que está acontecendo no Museu Oscar Niemeyer (MON), com o tema “Concurso como prática: a presença da arquitetura paranaense”, de autoria dos arquitetos Fábio Domingos Batista, Alexandre Ruiz Rosa e Marina Oba, e curadoria da arquiteta Elisabete França.
A mostra ficará até o dia 12 de dezembro em Curitiba e tem o intuito de reforçar, através de um resgate histórico de mais de sete décadas, a força e a maestria dos profissionais de arquitetura do Paraná. Porém, para que fosse possível chegar a este resultado, 165 concursos nacionais foram pesquisados desde de 1948, ano onde foi executada a escolha do projeto do Teatro Guaíra.
E os números nos impressionam! Até o ano passado, os escritórios paranaenses ganharam 252 premiações no que diz respeito aos primeiros, segundos e terceiros lugares e também menções honrosas. São diversas gerações de arquitetos locais que receberam o apelido de “papa-concursos”, pois se formos considerar só os que foram eleitos como primeiros lugares, isso já contabiliza 72 concursos bem sucedidos.
Como é gratificante fazer parte dessa comunidade que se destaca com tanto louvor no cenário nacional e internacional. Além de toda essa representatividade, a exposição “Concurso como prática: a presença da arquitetura paranaense”, destaca dois marcos fundamentais para a nossa história: o concurso Petrobrás, em 1966 e 1967 – idealizado por Roberto Gandolfi e José Sanchotene – e a Estação Antártica, de 2013, proposta pelo Estúdio 41.
Essa foi a primeira geração que trouxe os holofotes para as terras das araucárias no que diz respeito a projetos de excelência, inovação e sustentabilidade para a época. Pessoas que, na verdade, estavam à frente do seu tempo e conseguiram materializar ideias incríveis, dentre eles José Maria Gandolfi, Roberto Gandolfi, Luiz Forte Neto, Joel Ramalho e José Sanchotene.
A mostra reserva 40 projetos cuidadosamente selecionados pela arquiteta Elisabete França para representar toda essa grandiosidade patrimonial histórica. Além de infográficos que mostram diversas informações sobre a visão geral dos projetos construídos e premiados. Carlos Alberto Silva desenvolveu maquetes riquíssimas em detalhes para apresentar as construções, que ainda contam com fotos de Leonardo Finotti e design gráfico de Marcello Kawase e Eduardo Alves da Cruz.
Por fim, está disponível também um documentário criado pelos arquitetos Luiz Singeski, Isabela Fiori e Felipe Gomes com entrevistas marcantes com alguns dos principais nomes da arquitetura local.
Me emociono por ter tido o privilégio de conviver com esses mestres que nos ensinaram tanto! As histórias são enriquecedoras e devem ser propagadas para as próximas gerações. É um prazer dividir aqui com vocês, pois tive um convívio mais de perto e, por isso, tive aprendizados que jamais vou esquecer e que servem até hoje como inspiração pessoal. A competição era encarada como um exercício, mas embora fossem concorrentes, o espírito de colaboratividade sempre esteve muito presente entre as equipes que participavam. Era uma geração de criações únicas e diferenciadas… agora, nos cabe o dever de prosseguir com esse legado.
Você não pode perder essa imersão tão importante! Visite o MON e depois me conta o que achou!
Para quem está longe de Curitiba, a dica é assistir ao documentário “Concurso como Prática: A Presença da Arquitetura Paranaense”, que também aborda o assunto. Clique no link para conferir.