Escolha dos fornecedores: o barato que sai caro

Nos últimos anos tenho observado um problema crescente nas obras, que muitas vezes pode ser evitado: a escolha equivocada dos fornecedores e prestadores de serviços.

Geralmente, quando uma pessoa ou família contrata um arquiteto está envolvendo essa terceira pessoa na realização de um sonho, um projeto de vida. É por isso que o profissional escolhido para entregar tanta expectativa tem de ser alguém de confiança, um parceiro com o qual se relacionará por meses a fio, às vezes anos.

Sensibilidade é a palavra de ordem para o arquiteto, tanto para entender o estilo de vida e as necessidades do cliente, quando para ter jogo de cintura nas diferentes situações que uma obra nos coloca.

E no momento de concretizar esse sonho, a escolha dos fornecedores é fundamental. A construtora, o empreiteiro, a marmoraria, a marcenaria, o eletricista, etc, são personagens importantes nesse
processo de concretização do sonho, tanto no que diz respeito à qualidade dos serviços, quanto ao prazo e ao preço.

Algumas vezes os clientes contratam seus próprios fornecedores, ao invés daqueles que usualmente trabalham com o arquiteto. Essa decisão normalmente é pautada por questões financeiras. É o barato que sai caro.

Aqui eu relaciono alguns pontos importantes a serem considerados na hora dessa decisão.

Primeiro, ao contratar diretamente um fornecedor que não trabalha com o arquiteto, normalmente ele tende a se reportar diretamente ao cliente, causando inúmeros problemas durante a obra. Um
exemplo são alterações e decisões tomadas diretamente pelo cliente sem a ciência do arquiteto.

Segundo, por não ter experiência na execução de obras com o arquiteto, muitas vezes o fornecedor contratado pelo cliente não compreende o projeto, os detalhes e a dinâmica do trabalho
desenvolvido pelo arquiteto. Com isso, a quantidade de erros e problemas na obra aumenta consideravelmente, gerando atraso e mais gastos.

Terceiro, a dificuldade de comunicação e compreensão do projeto e dos detalhes da execução por aqueles que não estão acostumados a trabalhar com o arquiteto conduzem frequentemente a erros. E alguns deles irreversíveis, seja pela singularidade dos materiais que foram utilizados, seja pela custo altíssimo para refação. Por exemplo: erros no corte de uma chapa de mármore, de um detalhe no gesso ou até na simples execução de uma parede de alvenaria.

                                     

Todos esses fatores se traduzem em mais gastos, mais atrasos e, o que é pior, em algumas alterações indesejadas naquele sonho do cliente, que é materializado através do projeto.

Quando o arquiteto conta com profissionais de sua confiança na obra, é ele, o arquiteto, quem poderá administrar crises e resolver problemas relacionados ao projeto.

O arquiteto é um interlocutor e como tal ele abrevia para o cliente o trabalho de fazer a gestão da obra e todos os seus componentes. Geralmente, o fornecedor indicado pelo arquiteto já se relaciona com este profissional e entende suas demandas e seu estilo de trabalhar.

Com a comunicação facilitada entre os dois profissionais, a execução se torna muito mais ágil e eficiente. Confiança é como um alicerce na relação cliente x arquiteto, sem contar que fica bem mais prático centralizar o gerenciamento em uma única pessoa, tem preparo para
exercer essa função.